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INTENÇÃO E INTUIÇÃO


INTENÇÃO E INTUIÇÃO

Intenção, mentalização, força do pensamento... São aos milhares os livros que se debruçam sobre esses temas, sem que, no entanto, deixem claro o que de fato faz parte da realidade e o que pode não passar de fantasia ou imaginação.

Mesmo com tantas informações, a lista de coisas nas quais somos capazes de crer sem compreender, ou discernir entre o falso e o verdadeiro, vai longe. Diante disso, pode-se desde já separar a crença mais superficial de uma convicção mais profunda sobre tudo que lemos e ouvimos. Diferente da crença, a convicção nasce primeiramente da intuição – a voz interior, quando nos deparamos com algo verdadeiro.

Intuição e intenção. A intuição provém do espírito e, se for ouvida, influi na intenção da pessoa, a inclinação para atuar em conformidade, de tomar a direção indicada. O livre-arbítrio toma o rumo da intenção. A intenção faz com que nos sintonizemos em algum propósito, e para aqueles que creem que o Universo é vivo, e que nele todas as ações geram uma reação para muito além do que é visível, a visão sobre este assunto pode começar a se abrir um pouco mais.

A sintonização liga a vontade ao destino, formando-o através dos pensamentos, das palavras e das ações. O que pensamos com mais frequência torna-se uma ideia firme, cada vez mais sedimentada, impulsionando-nos ao encontro daquilo que pode levar a uma realização. O que dizemos coloca nossa intenção em movimento perante os outros e nós mesmos. O que fazemos com frequência pode solidificar-se em hábito e enraizar-se em nossa personalidade.

Para quem acredita que a existência não se restringe a uma curta e única vida, a construção de um destino para além da vida terrena mostra como o ser humano constrói e tece os fios de sua trajetória na Criação. Encontra-se imerso nessa tecedura constante e é, mais cedo ou mais tarde, obrigado a vivenciá-la, mesmo que no momento da vivência deseje outras coisas e projete sua intenção em outro sentido.

Mas tudo que desejamos se realiza? Não, nem sempre. E também nem sempre no tempo desejado ou como esperamos. Isso é facilmente compreensível quando vislumbramos o ser humano caminhando por essa longa trama, tecida com fios de outros momentos e também de outras vidas. Por isso, algumas coisas chegam a realizar-se de determinada forma e outras não, dado que a espécie dos fios do presente também contribui sobre como viveremos os fios tecidos no passado. Uma pessoa conectada com boas intenções, com uma firme boa vontade, pode passar com muito mais força e ânimo pelas adversidades naturais da vida do que outra que, no momento da vivência, esteja preenchida de amargura, inconformismo ou mesmo ódio.

A intenção é uma ferramenta poderosa. Contudo, todo o poder implica em uma responsabilidade: o que temos desejado com nossas intenções, com o nosso livre-arbítrio? O bem, o mal, o que nos auxilia verdadeiramente? A ânsia em atender toda sorte de desejos pessoais, de satisfazer cobiças múltiplas, ainda que isso cause sofrimentos a outrem, traz frutos amargos a quem utiliza sua intenção erradamente.

A Criação é sábia, e nunca dispõe suas dádivas a esmo: é preciso sempre alinhar nossa intenção a objetivos nobres, verdadeiros e elevados, sem desviá-la para unilateralidades, cobiças ou exclusivamente para desejos materiais. Tudo em equilíbrio e sempre servindo a propósitos bons, que nos auxiliem em nosso desenvolvimento interior, visando sempre ao bem do próximo. Toda a superficialidade, maldade ou unilateralidade no desejar nunca se mostra impune, ao contrário, traz cedo ou tarde consequências nefastas aos geradores.

Por isso, ter claro as intenções nos pensamentos, palavras e ações, o que se quer e o que não se quer da vida, bem como reconhecer os efeitos de desejos e quereres, de forma franca e honesta, é o primeiro passo para a pessoa se reconhecer dentro de uma rica malha de acontecimentos entretecidos uns nos outros, a qual revela propósito e sentido para muito além das "coincidências" nos acontecimentos cotidianos.

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